2023 foi sem dúvida um ano monumental para a Inteligência Artificial (IA), contudo, a par do deslumbre com o potencial desta tecnologia, o medo e a especulação dominaram também o panorama.
Fazer previsões é sempre difícil, especialmente num setor que evolui tão rapidamente quanto a IA. Mas, com um novo ano a começar, vale a pena refletir sobre o progresso que esta fez, bem como o que poderá estar por vir para a tecnologia em 2024.
Um estudo da Gartner do primeiro trimestre de 2023 mostrou que 70% das organizações estão ainda em fase de investigar sobre a Generative AI (GenAI), e apenas 4% haviam implementado soluções GenAI. Mas quando as mesmas perguntas foram feitas no terceiro trimestre, 45% destas empresas estavam já a testar ou a experimentar, e outros 10% tinham entrado em produção com soluções GenAI. Estes factos atestam o rápido investimento que está a ser feito em IA e o ritmo de adoção e escala.
2024 é apontando como o ano “para lá do ChatGPT”, em que iremos assistir às empresas a utilizar modelos de IA em ambientes do mundo real, desde interfaces de conversação a sistemas autónomos. Estes modelos transformados em sistemas irão revolucionar setores como a saúde, educação, robótica e e-commerce, bem como a forma como interagimos com o mundo que nos rodeia.
A IA pode ser usada em vários contextos e a prova disso é que a Microsoft e a Google já oferecem uma panóplia de ferramentas que não se limitam a modelos como o ChatGPT e incluem ferramentas de geração de conteúdo, utilização de dados e melhoria da produtividade em vários contextos.
Por exemplo, o PowerPoint designer IA usa algoritmos para sugerir layouts de design sobre a informação apresentada. O Gmail Smart Compose, por sua vez, usa machine learning para prever o que quer escrever e faz sugestões para terminar frases e parágrafos. E se o Microsoft Copilot e o Bing Compose oferecem geração conteúdo de elevado nível de qualidade, o Google Bard AI e o Gemini ajudam a obter insights e a perceber grandes volumes de dados para suportar decisões estratégicas.
2024 é, também, apontado como o ano da regulamentação sobre IA. As empresas preparar-se-ão para aderir a novas normas em matéria de privacidade dos dados dos consumidores, ética e cibersegurança. E enquanto os regulamentos estão a ser definidos, organizações como a AI Alliance e o Frontier Model Forum podem ajudar as empresas a definir estratégias para autorregular as suas soluções de IA.
Em suma, e parafraseando Tim Cook, da Apple: “A inteligência artificial irá impactar todos os produtos e serviços” que venhamos a ter no futuro.