A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, que tem como objetivo principal investigar irregularidades nas apostas virtuais no Brasil, recebeu uma declaração preocupante do executivo da empresa de análise de crédito Serasa Experian, Marcelo Galípolo. Durante seu depoimento, Galípolo afirmou que o risco de crédito para apostadores em bets é significativamente maior quando comparado a outras modalidades de apostas.
A declaração do executivo veio em um momento decisivo para o mercado de apostas virtuais no país. Com o crescimento exponencial desse mercado nos últimos anos, diversas empresas vêm investindo pesado em publicidade e patrocínio de eventos esportivos. No entanto, a falta de regulamentação e a falta de fiscalização efetiva têm levantado dúvidas sobre a transparência e segurança dessas apostas.
Segundo Galípolo, o risco de crédito é um indicador de como uma pessoa ou empresa tem condições de honrar com seus compromissos financeiros. E, de acordo com as análises da Serasa Experian, esse risco é muito maior para os apostadores em bets. Isso significa que esses jogadores têm uma probabilidade maior de não conseguirem pagar seus débitos devido às perdas decorrentes das apostas.
O risco de crédito é calculado com base no histórico financeiro e comportamental do indivíduo. Sendo assim, quanto mais dívidas em aberto ele tiver, menor será seu score de crédito e, consequentemente, maior será seu risco de crédito. E, segundo Galípolo, é exatamente isso que está acontecendo com os apostadores em bets.
Em seu depoimento, o executivo citou ainda um estudo realizado pela Serasa Experian em parceria com a Escola Nacional de Seguros. Segundo o estudo, os apostadores em bets têm um risco de crédito quase duas vezes maior quando comparados aos jogadores de loterias e cassinos, por exemplo. Isso se deve principalmente ao fato de que nas apostas virtuais não há um limite pré-estabelecido para as apostas, o que pode levar os jogadores a gastarem mais do que podem pagar.
Apesar da gravidade da declaração de Galípolo, é importante ressaltar que essa questão não se restringe apenas aos apostadores em bets, mas é um problema que afeta todos os jogadores que não possuem controle sobre suas apostas e consequentemente seus gastos. E é justamente por isso que a regulamentação das apostas virtuais se faz tão necessária.
Com uma regulamentação efetiva, o risco de crédito dos apostadores em bets e de todos os jogadores poderá ser reduzido. Além disso, um órgão regulador também poderá garantir a transparência e a segurança das apostas virtuais, evitando fraudes e golpes que infelizmente são comuns nesse mercado.
Outro aspecto importante que a regulamentação pode trazer é a conscientização dos jogadores sobre a importância de ter controle sobre suas apostas e gastos. Com medidas de prevenção ao vício e programas de educação financeira focados nos jogadores, é possível reduzir significativamente o risco de crédito desses apostadores e evitar que eles caiam em uma situação financeira complicada.
Portanto, a declaração de Galípolo na CPI é um alerta para todos os envolvidos no mercado de apostas virtuais. É preciso que as empresas e os órgãos reguladores tomem medidas efetivas para garantir a transparência e a segurança das apostas online. E cabe também aos jogadores terem consciência e controle sobre suas apostas, evitando assim o alto risco de crédito apontado pelo executivo da Serasa Experian.
Com uma regulamentação adequada