A relação entre China e Estados Unidos tem sido um assunto de grande destaque nos últimos anos, principalmente no que diz respeito às questões comerciais. E essa relação também tem impactado diretamente o agronegócio brasileiro, como aponta a ex-assessora especial do Ministério da Agricultura, Larissa Wachholz.
Durante a gestão da então ministra Tereza Cristina, Larissa acompanhou de perto as negociações entre Brasil e China, e hoje, como especialista no assunto, ela afirma que o país pode sair perdendo caso não haja uma negociação efetiva entre as duas potências mundiais.
Segundo Larissa, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, principalmente no setor agropecuário. Em 2019, o país asiático foi responsável por 33% das exportações brasileiras, o que representa um valor de US$ 63 bilhões. E essa parceria tem sido fundamental para o crescimento do agronegócio brasileiro nos últimos anos.
No entanto, com a guerra comercial entre China e Estados Unidos, o Brasil tem sido afetado indiretamente. Com a imposição de tarifas e barreiras comerciais, a China tem buscado alternativas para suprir sua demanda por produtos agrícolas, e uma dessas alternativas tem sido o aumento das importações dos Estados Unidos.
Isso tem gerado uma preocupação no setor agro brasileiro, pois, caso a China e os Estados Unidos cheguem a um acordo, o Brasil pode perder espaço no mercado chinês. E essa é a avaliação de Larissa Wachholz, que acredita que o país precisa estar preparado para enfrentar essa situação.
Para ela, é fundamental que o Brasil invista em tecnologia e inovação no setor agropecuário, buscando aumentar sua produtividade e competitividade. Além disso, é preciso diversificar os mercados de exportação, buscando novos parceiros comerciais e reduzindo a dependência da China.
Outro ponto destacado pela especialista é a importância de uma negociação efetiva entre Brasil e China. Segundo ela, é preciso que o país tenha uma postura mais ativa nas negociações, buscando acordos que sejam benéficos para ambas as partes.
Larissa também ressalta a importância de uma relação diplomática sólida entre os dois países. A China é um parceiro estratégico para o Brasil, e é preciso manter uma relação de confiança e respeito mútuo para garantir a continuidade dessa parceria.
Apesar dos desafios, a especialista acredita que o Brasil tem potencial para enfrentar essa situação e sair fortalecido. O país possui uma das maiores áreas agricultáveis do mundo, além de um clima favorável e tecnologia de ponta. E, com uma estratégia bem definida, pode se tornar ainda mais competitivo no mercado internacional.
Além disso, a China é um país em constante crescimento e com uma demanda cada vez maior por alimentos. E o Brasil é um dos poucos países capazes de suprir essa demanda, o que torna a parceria entre os dois países ainda mais importante.
Portanto, é fundamental que o Brasil esteja preparado para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem nessa relação com a China. E, com uma postura proativa e estratégica, o país pode se manter como um dos principais players do agronegócio mundial.