O ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato à presidência, Fernando Haddad, em uma entrevista recente ao InfoMoney, afirmou que a atual taxa de juros do Brasil, conhecida como Selic, não é algo que deve ser mantido por muito tempo. Ele ponderou que os juros reais, que descontam a inflação, não permanecerão em 8 ou 9%, pois isso poderia asfixiar a economia do país.
Segundo Haddad, a Selic atual é momentânea e não será mantida em 8% ou 9% para sempre. O ex-prefeito enfatizou que, apesar de importante, a taxa de juros não pode ser considerada como o único indicador de saúde econômica do país. Ele apontou que é preciso analisar outros fatores, como o crescimento do PIB, a geração de empregos e o equilíbrio fiscal.
O Brasil possui uma das maiores taxas de juros do mundo, o que traz consequências negativas para a economia. Com juros altos, a população tem menos incentivo para consumir e investir, já que o custo do crédito se torna elevado. Além disso, empresas também sofrem com o alto custo para obter empréstimos e financiamentos, o que pode afetar sua capacidade de crescer e gerar empregos.
Haddad defende que é necessário reduzir os juros para estimular o crescimento econômico e a geração de empregos. Ele acredita que, com uma Selic mais baixa, haverá mais incentivo para a atividade produtiva e, consequentemente, para a retomada do crescimento. Além disso, a queda dos juros também pode ajudar a diminuir a dívida pública, já que o governo terá menos gastos com pagamento de juros.
No entanto, para que a redução dos juros seja possível, é preciso ter um controle efetivo da inflação. Haddad ressalta que é importante manter a inflação em patamares mais baixos, pois isso permite que o Banco Central possa reduzir gradualmente a Selic sem causar desequilíbrios na economia. Ele enfatiza que a redução dos juros deve ser feita de forma responsável e gradual, para evitar possíveis impactos negativos.
O ex-prefeito também defende a necessidade de uma reforma tributária no país. Segundo ele, o sistema tributário brasileiro é complexo e regressivo, o que dificulta o crescimento e a geração de empregos. Haddad ressalta que é preciso reduzir a carga tributária sobre os mais pobres e aumentar sobre os mais ricos, tornando o sistema mais justo e equilibrado.
Sobre a atual política econômica do governo, Haddad acredita que ela está sendo baseada em medidas de curto prazo, sem uma visão de longo prazo. Ele defende a necessidade de um planejamento estratégico para o país, que leve em consideração os interesses da população e não apenas do mercado financeiro. Além disso, o ex-prefeito enfatiza que é preciso olhar para o futuro, investindo em áreas como educação, infraestrutura e tecnologia.
Por fim, Haddad deixa claro que a taxa de juros é apenas um dos indicadores econômicos e que é preciso olhar para o todo. Ele acredita que é necessário ter uma visão ampla e estratégica para superar os desafios e levar o país ao crescimento. Com uma política econômica mais equilibrada e uma Selic mais baixa, o Brasil poderá avançar e alcançar melhores resultados para a população.