Manuel Alegre foi recebido com aplausos pelo Congresso do PS, que está a decorrer na Feira Internacional de Lisboa (FIL) e no palco fez questão de garantir que “o PS não está dissolvido” e que “ninguém dissolverá o PS”.
Num discurso lido aos congressistas, Alegre diz que o “grande vencedor deste Congresso é o proprio PS”, lançando uma farpa implícita ao Presidente da República por ter dissolvido o Parlamento: “Fomos dissolvidos contra nossa vontade”, rematando depois que “pode dissolver-se a Assembleia da República, o PS não está dissolvido”.
Alegre elogiou o primeiro-ministro demissionário, referindo que António Costa, na sexta-feira, proferiu um discurso que “é de um homem que está de pé” e que “fez uma inspiração de resistência a todos os socialistas”, rematando que este é um “PS que não se rende nem se renderá”.
“O PS está pronto para a luta, o PS está pronto para a vitória”, continuou Alegre que insistiu: “ninguém dissolverá o PS”, em jeito de aviso ao Presidente da República. Sobre a possibilidade de uma terceira dissolução do Parlamento, Alegre deixou o recado: “isso pode fazer-se uma, duas vezes, não sei quantas até ao fim, mas ninguém dissolverá o PS”.
Esta foi, de resto, uma palavra repetida por Alegre durante a intervenção no Congresso: “Ninguém dissolverá a capacidade de resposta e o espírito de resistência do PS que tem mais de 50 anos e nunca virou a cara à luta”.
Num discurso cheio de entrelinhas e avisos a Marcelo, o antigo deputado socialista disse que “não contem connosco para manobras de branquear ou tentar integrar no sistema os inimigos do sistema”, garantindo que com Pedro Nuno Santos, com o PS e todos vós, o Chega não passará e este é um recado que estou a dar”.
Alegre diz-se convicto que “o PS está pronto para a luta, o PS está pronto para a vitória”, salientando que se vive “um período conturbado para a democracia”, com “forças populistas” e de extrema-direita e que a “ameaça vem de dentro da própria democracia”. Por isso, “o objetivo é salvar a democracia”.
O ex-dirigente e histórico do PS diz que “não basta dizer que é o povo quem mais ordena, é preciso dar conteúdo a esta expressão”, a mesma usada pelo Presidente da República na mensagem de Ano Novo. De Pedro Nuno Santos, Alegre espera que com ele “seja sempre o povo quem mais ordena”
Alegre também deixou vários recados a Pedro Nuno Santos, de quem espera “um novo ciclo político para o combate que é necessário travar pela democracia e contra aqueles que dentro dela a vão corroendo”. Ao líder socialista pede ainda que seja “fiel” à “palavra dada e que as promessas sejam cumpridas, para defender a democracia e para tirar terreno aos que tudo fazem para a minar”.
Atirando ainda a Marcelo, o antigo dirigente socialista insistiu que “a dissolução da Assembleia da República foi um erro e uma precipitação, gerador de incerteza que trocou o certo pelo incerto, a estabilidade por aquilo que nós não sabemos o que vai ser”.
Alegre terminou o discurso a pedir um “novo sobressalto civico que traga mais esperança a Portugal e à democracia”, rematando com um “vamos para a luta para vencer, sem complexos, sem medo e sem nunca nos deixarmos render”, terminando com aplausos dos congressistas ao dizer que a “bandeira do PS não está no chão, está de pé e na mão de todos vocês para ir à luta e ganhar as eleições”.