“Não temos razões para crer que Israel esteja implicado nesta explosão. Não temos informações para crer que seja esse o caso”, indicou em conferência de imprensa Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, sublinhando ainda que os EUA não estão relacionados “de nenhuma maneira” com os atentados.
Miller disse que contactam “várias vezes ao dia” com responsáveis israelitas, mas não revelou o conteúdo das conversações.
As explosões ocorreram esta manhã no cemitério da cidade iraniana de Kerman, onde se comemorava o quarto aniversário do assassinato do tenente-general Qassem Soleimani, considerado um mártir da revolução e morto num atentado norte-americano ordenado pelo ex-Presidente Donald Trump.
O porta-voz do Departamento de Estado sublinhou “ser demasiado cedo” para saber quem organizou o atentado, indicou que os Estados Unidos não possuem “informação independente” sobre o caso e enviou condolências às vítimas da “horrível explosão”.
O Irão divulgou um novo balanço de 103 mortos num ataque durante uma homenagem ao general Qassem Soleimani e decretou um dia de luto nacional na quinta-feira, noticiaram os meios de comunicação oficiais.
A dupla explosão teve lugar perto da mesquita Saheb al-Zaman, onde se encontra o túmulo do general Soleimani, em Kerman, no sul do Irão.
Uma multidão compacta de representantes do regime e de pessoas anónimas tinha-se reunido no local para uma cerimónia comemorativa, segundo a agência francesa AFP.
As autoridades iranianas contabilizaram também 141 feridos.
“O número de mortos subiu para 103, depois de alguns terem sucumbido aos ferimentos”, noticiou a agência oficial Irna, acrescentando que alguns dos feridos se encontravam em “estado crítico”.
O ataque foi descrito como um ato terrorista por Rahman Jalali, vice-governador da província de Kerman, no sul do Irão.
Não foi feita qualquer reivindicação imediata de responsabilidade.
“Na sequência do ataque terrorista em Kerman, o Governo declarou amanhã [quinta-feira] um dia de luto nacional em todo o país”, noticiou a televisão oficial.
Qassem Soleimani foi morto em janeiro de 2020, aos 62 anos, num ataque de um ‘drone’ (avião sem tripulação) norte-americano no Iraque.
Figura-chave do regime iraniano, era também uma das figuras públicas mais populares do país.
Soleimani, comandante de uma força de elite da Guarda Revolucionária, foi o arquiteto das atividades militares regionais do Irão e é aclamado como um ícone entre os apoiantes da teocracia iraniana, segundo a agência norte-americana AP.