A União Económica Euro-asiática (UEE), liderada pela Rússia, assinou hoje um acordo de comércio livre com o Irão, durante a cimeira da organização em São Petersburgo.
“O acordo entrará oficialmente em vigor após a ratificação pelos países membros. Penso que os seus parlamentos não irão atrasar este processo e irão aprová-lo rapidamente”, afirmou o representante da UEE, Mikhail Miasnikovich, após a assinatura do acordo.
Até à data, as relações comerciais entre a UEE e a República Islâmica têm sido regidas por um acordo provisório, desde outubro de 2019.
De acordo com as previsões da UEE, a assinatura do acordo de comércio livre permitirá que o comércio triplique dos atuais 6,2 mil milhões de dólares para 20 mil milhões de dólares nos próximos cinco a sete anos.
O Presidente russo, Vladimir Putin, sublinhou que graças ao acordo praticamente todos os bens produzidos na UEE terão acesso isento de direitos ao mercado da Nação persa, onde vivem cerca de 90 milhões de pessoas.
“Os círculos empresariais dos nossos países, que mantêm relações comerciais ativas com parceiros iranianos, estão interessados neste acordo. Agora as condições para a cooperação comercial vão melhorar significativamente”, sublinhou.
No âmbito da cimeira, os países membros da UEE assinaram um roteiro para o desenvolvimento da organização até 2045.
Vladimir Putin, que presidiu à reunião, sublinhou que a declaração adotada “é um novo documento programático que prevê medidas concretas para aumentar os esforços conjuntos em áreas-chave”.
Os líderes da UEE, que inclui a Rússia, a Bielorrússia, a Arménia, o Cazaquistão e o Quirguizistão, debateram também os resultados do trabalho da organização nos últimos anos.
No discurso Vladimir Putin referiu que o comércio entre os países membros da UEE duplicou na última década.
“Gostaria de registar com satisfação que a cooperação no âmbito da UEE está a progredir com êxito e conduz a uma maior realização do potencial económico dos nossos Estados. A UEE completará em breve 10 anos e, durante esse período, o comércio quase duplicou, passando de 1,6 para 2,5 biliões de dólares”, afirmou.
O presidente referiu ainda que a União aumentou para 90% a utilização das moedas nacionais nas trocas comerciais entre os países membros, uma tendência que “irá sem dúvida aumentar”.
A reunião contou com a presença de Nikol Pashinian, primeiro-ministro da Arménia, país que assumirá a presidência temporária da organização a partir de 1 de janeiro, apesar de Yerevan se ter afastado recentemente de Moscovo e de outras organizações pós-soviéticas lideradas pela Rússia.
No seu discurso, o chefe do governo arménio sublinhou que a UEE é “uma parceria económica que não deve ter uma agenda política e muito menos uma agenda geopolítica”.